terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

"ELE QUERIA APRENDER MINHA LISTA MORTAL". DIZ SEAGAL

Anderson Silva surpreendeu o mundo com um chute fulminante, no queixo, que nocauteou Vitor Belfort no UFC 126, no último domingo. Ainda no ringue, o lutador agradeceu ao ator de filmes de ação Steven Seagal, 58, por tê-lo ensinado o golpe. Faixa preta de sétimo grau em Aikido e estudioso de outras artes marciais, Seagal revelou que o movimento é uma variação de técnicas que ele está ensinando não só a Anderson, mas também para Lyoto Machida, ex-campeão do UFC.
"É uma questão de atitude e amizade. Não estou fazendo nada disso por dinheiro ou fama. Esta é minha primeira entrevista sobre esse assunto. Faço isso apenas por amor aos caras e para tentar ajudá-los a se aperfeiçoarem", revela o ator, em entrevista ao site MMA Fighting.com. A história de como os dois se conheceram, aliás, é pitoresca. "Anderson me mandou uma carta pedindo para aprender meu repertório mortal", completa.

O ator de Hollywood fez questão de conhecer Anderson e Machida e passou a trabalhar com a dupla e outros lutadores brasileiros. "Todos os lutadores da casa são meus favoritos, mas Silva e Machida são especiais, e venho tentando trabalhar mais pesado com eles", contou.

Golpe é aperfeiçoado há pelo menos 30 anos

"Aprendi uma espécie de variação desse golpe no Japão há 30 ou 40 anos e venho aperfeiçoando ao longo do tempo. Não é exatamente karatê, é algo um pouco diferente que eu criei. Sabia que o Anderson poderia aprender bem porque é um atleta nato, tem mãos e pés rápidos, seus chutes já tendem a ser muito bons. Então comecei a ensinar chutes que sabia que poderiam realmente machucar", comentou o ator.
O golpe foi tão impressionante que deixou atônito até mesmo o veterano comentarista americano do UFC, Joe Rogan. "Um chute frontal no rosto!", exclamou três vezes, logo após o lance. Ele lembrou que Belfort nunca havia sido derrubado por um golpe único. Seus adversários anteriores precisaram de muitas pancadas na cabeça para fazê-lo perder as forças.
Foi a primeira vez, segundo Seagal, que o chute foi usado em uma luta de MMA. "Ninguém conhece este chute. Estou ensinando para o [Lyoto] Machida, Anderson e alguns dos brasileiros, mas não tinhamos usado ainda. Não mostrei para muitas pessoas. Fiquei feliz e muito orgulhoso. Ele executou o golpe muito bem".
Sobre o começo da luta, quando os dois lutadores se estudaram por cerca de dois minutos sem que um único golpe fosse desferido, Seagal avaliou: "é uma espécie de hesitação natural, de ambos os lados, antes de realmente entrar no combate. Assim que alguém dá o primeiro soco ou chute, eles normalmente superam isso e começam a corrigir o 'timing' e a distância do adversário. Então podem realmente se atacar. Levou um tempo para estarem aquecidos".
Para ele, a popularização do UFC é uma faca de dois gumes no universo das artes marciais: "de um lado, algumas pessoas estão dizendo que perdemos muito da natureza sagrada das coisas, segredos que passam de uma geração a outra e não seriam disseminados ao público. Certamente uma parte disso é verdade. São tradições que não foram feitas para se comprar, vender ou exibir em público desta forma. Mas [a popularização] tem ajudado as pessoas e rever sua técnicas e aprender aquilo que funciona de verdade, no mundo real, e tem trazido atenção para as artes marciais, o que é ótimo. O UFC tem proporcionado muitos momentos espetaculares e lutadores fantásticos".
Se o MMA (Mixed Martial Arts) fosse popular há 20 anos, teria Steven Seagal entrado no Octagon para competir? "Não é algo que eu devia fazer. Mas talvez eu não tenha sido um bom menino. Talvez eu tenha feito", brinca o ator, insinuando já ter participado de combates desse tipo, mas longe dos holofotes e das câmeras.

Leandro Divera
Especial para o UOL Esporte

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